Sem casos de coronavírus e com pouca estrutura, cidades do Vale Histórico ampliam precauções

Arapeí, São José do Barreiro, Silveiras e Queluz tentam frear a chegada da Covid-19.

Quatro cidades do Vale Histórico se mantêm, desde o início da pandemia até a manhã desta terça-feira (19), sem casos oficiais de infectados por coronavírus.

Com pouca estrutura, Arapeí, São José do Barreiro, Silveiras e Queluz encontraram na prevenção a forma para frear a chegada da Covid-19, mesmo que a estimativa do Governo de SP seja que até o fim de maio todos os 645 municípios do Estado devem registrar ao menos um caso. Na segunda (18) Areias, cidade que fica no meio deste municípios no Vale Histórico, confirmou o primeiro caso.
Entre as cidades, apenas uma tem hospital e nenhuma tem Unidade de Terapia Intensiva (UTI), principal ambiente para tratamento de casos graves. O carro de som com orientações é presença constante nelas e as administrações tentam como podem se precaver para conseguir atender uma possível escalada da doença nas cidades.
A seguir veja um raio-x da estrutura delas e os principais desafios que enfrentam.

ARAPEÍ
O município tem 2.477 habitantes. A cidade segue as recomendações de isolamento social do Governo de São Paulo e a prefeitura decretou estado de calamidade por conta do novo coronavírus. Pelas ruas um carro de som atualiza os moradores com informações sobre a pandemia na região.
Um caso suspeito levou apreensão aos moradores, mas após realização de exame, foi descartado. “Foi um caso que foi encaminhado para Cruzeiro, houve a suspeita, mas depois saiu o resultado negativo. É uma apreensão constante. Tomamos todos os cuidados possíveis para que nossa cidade continue sem casos”, explicou o prefeito Edson André de Souza (SD).
Arapeí tem uma Unidade Básica de Saúde com oito leitos. A cidade também tem um respirador. Em casos de emergência, há duas ambulâncias especiais no município, ambas com estrutura de UTI para que os pacientes mais graves consigam receber atendimento prévio até a chegada a um hospital em alguma cidade de referência mais próxima.

SÃO JOSÉ DO BARREIRO
São José do Barreiro tem 4.156 habitantes. A principal preocupação do município é a falta de uma UTI para casos mais graves de coronavírus. As prefeitura realiza barreiras sanitárias nos portais de acesso à cidade com orientações para os visitantes.
Também há pulverização de rotina em prédios e ambientes públicos. Foi feita a distribuição de máscaras e álcool em gel aos funcionários e moradores.
Outra ação foi a instalação de uma tenda em frente à lotérica, onde moradores costumam aguardar em filas pelo atendimento na Caixa para sacar ou tirar dúvidas sobre o auxílio emergencial do governo. A tenda tem divisórias para organizar filas.
Há orientações como a recomendação pelo distanciamento entre as pessoas. Houve reforço alimentar às famílias em vulnerabilidade social com o fornecimento de cestas básicas, com o apoio da comunidade e de instituições religiosas.
Barreiro tem uma Unidade Básica de Saúde, com um ventilador mecânico. São seis leitos, sendo que dois são preparados para receber pacientes com problemas respiratórios. Em casos de emergência, as cidades referência são Cruzeiro, Lorena e Taubaté.
Rogério Rodrigues, presidente da Associação Regional do Turismo, destaca o clima de apreensão nas cidades do Vale Histórico. “As cidades estão apreensivas, sim. Todos preocupados, pessoal com medo. Acho que é normal. E isso ajuda a controlar um pouco esse isolamento social”, comentou.
“Tenho uma filha de 2 anos, então a gente se preocupa. Barreiro é uma cidade muito tranquila, onde é comum as pessoas se reunirem na praça, nas portas de casas ou em outros lugares para conversar e bater papo. Hoje vemos as ruas vazias e a população receosa”, contou.
“Meus pais já são pessoas em idade de risco e eu mesmo já desenvolvi doença respiratória quando era novo. Desde que começou a pandemia evitamos ao máximo sair com nossa filha, ensinamos ela a passar álcool em gel nas mãozinhas e usar a máscara. Pedimos a Deus para que isso passe logo e que possamos voltar às atividades normais”, acrescentou.

SILVEIRAS
O município tem 6.317 habitantes. Uma das estratégias de precaução foi criar uma barreira sanitária para entrada de visitantes. Além de distribuir máscaras, a barreira orienta os turistas com informações para evitar o contágio pelo novo coronavírus.
“Temos carro de som com informações e, principalmente, respeitamos a orientação do estado para o isolamento social. Estamos com toda precaução do mundo para que o coronavírus não chegue aqui”, comentou a secretária de saúde do município, Denise Sacilotti.
Silveiras tem uma Unidade Mista de Saúde (UMS). São cinco leitos clínicos para internações básicas. Não há UTI. Em casos de emergência, é preciso ligar para uma empresa particular com a ambulância de UTI. Na cidade há duas salas preparadas para urgências, com dois respiradores.

QUELUZ
A cidade tem 12.527 habitantes. O foco da preocupação está na fila da lotérica. Por contar com uma unidade da Caixa Econômica Federal, Queluz recebe constantemente moradores de outros municípios em busca do auxílio emergencial de R$ 600 do governo. A estratégia utilizada tem sido a distribuição de máscaras nesta fila e também a orientação para o distanciamento entre as pessoas.
Outras ações constantes são: higienização de ruas e praças, utilização de carro de som para informar a população, além de seguir a recomendação do isolamento social.
Queluz já teve dois casos suspeitos de Covid-19. Após exames, ambos foram descartados. “Dividimos nosso hospital em duas alas. Uma ficou exclusiva para possíveis pacientes de Covid-19. Estamos fazendo de tudo para continuarmos com o número zero”, comentou o prefeito Laurindo Garcez (PSDB).
O hospital da cidade tem 22 leitos e quatro respiradores. Não há UTI. Em casos mais graves, a cidade conta com uma ambulância UTI para estabilização do pacientes antes de encaminhamento para outra cidade.

(Fonte: G1)

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