AVANÇO DO CORONAVÍRUS – SAIBA MAIS SOBRE PANDEMIAS E EPIDEMIAS NO BRASIL E NO MUNDO

PANDEMIA
Uma pandemia (do grego παν [pan = tudo/ todo(s)] + δήμος [demos = povo]) é uma epidemia de doença infecciosa que se espalha entre a população localizada numa grande região geográfica como, por exemplo, um continente, ou mesmo o Planeta Terra.[1]

APARECIMENTO
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma pandemia pode começar quando se reúnem estas três condições:
• O aparecimento de uma nova doença na população.
• O agente infecta humanos, causando uma doença séria.
• O agente espalha-se fácil e sustentavelmente entre humanos.

Uma doença ou condição, não pode ser considerada uma pandemia somente por estar difundido ou matar um grande número de pessoas; deve também ser infeccioso. Por exemplo, câncer é responsável por um número grande de mortes, mas não é considerada uma pandemia porque a doença não é contagiosa (embora certas causas de alguns tipos de câncer possam ser).

EXEMPLO
Infecção das células hepáticas pelo HBV (Hepatite B Vírus) que se exterioriza por um espectro de síndromes que vão desde a infecção inaparente e subclínica até a rapidamente progressiva e fatal. Os sintomas quando presentes são falta de apetite, febre, náuseas, vômitos, astenia, diarreia, dores articulares, icterícia (amarelamento da pele e mucosas), entre os mais comuns.
Sinônimos Hepatite sérica.
Agente HBV (Hepatite B Vírus), que é um vírus DNA (hepadnavirus)
Complicações/Consequências Hepatite crônica, Cirrose hepática, Câncer do fígado (Hepatocarcinoma), além de formas agudas severas com coma hepático e óbito.
Transmissão Através da solução de continuidade da pele e mucosas. Relações sexuais. Materiais ou instrumentos contaminados: Seringas, agulhas, perfuração de orelha, tatuagens, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos, procedimentos de manicura ou pedicura etc. Transfusão de sangue e derivados. Transmissão vertical: da mãe portadora para o recém-nascido, durante o parto (parto normal ou cesariana). O portador crônico pode ser infectante pelo resto da vida.

FASES MUNDIAIS DE PANDEMIA
A Organização Mundial de Saúde (OMS) desenvolveu um plano de preparação de gripe global que define as fases de uma pandemia, esboços no papel da OMS, e faz recomendações para medidas nacionais antes e durante uma pandemia.[2] As fases são:

PERÍODO DE INTERPANDEMIA
• Fase 1: Nenhum novo subtipo de vírus de gripe foi descoberto em humanos.
• Fase 2: Nenhum novo subtipo de vírus de gripe foi descoberto em humanos, mas uma doença, variante animal ameaça.

PERÍODOS DE ALERTA DE PANDEMIA
• Fase 3: Infecção (humana) com um subtipo novo mas nenhuma expansão de humano para humano.
• Fase 4: Pequeno(s) foco(s) com transmissão de humano para humano com localização limitada.
• Fase 5: Maior(es) foco(s) da expansão de humano para humano ainda localizado.

PERÍODO DE PANDEMIA
• Fase 6: Pandemia: aumenta a transmissão contínua entre a população geral.
PANDEMIAS E EPIDEMIAS NA HISTÓRIA
Já aconteceram várias pandemias significativas na história da humanidade, como a gripe e a tuberculose.

EPIDEMIAS
Algumas epidemias foram tão intensas que quase chegaram a aniquilar cidades inteiras:• Peste do Egito (430 a.C.) – a febre tifoide matou um quarto das tropas atenienses e um quarto da população da cidade durante a Guerra do Peloponeso. Esta doença fatal debilitou o domínio de Atenas, mas a virulência completa da doença preveniu sua expansão para outras regiões, a doença exterminou seus hospedeiros a uma taxa mais rápida que a velocidade de transmissão. A causa exata da peste era por muitos anos desconhecida; em janeiro de 2006, investigadores da Universidade de Atenas analisaram dentes recuperados de uma sepultura coletiva debaixo da cidade e confirmaram a presença de bactérias responsáveis pela febre tifoide.
• Peste Antonina (165–180) – possivelmente causada pela varíola trazida próximo ao Leste; matou um quarto dos infectados. Cinco milhões no total.
• Peste de Cipriano (250–271) – possivelmente causada por varíola ou sarampo, iniciou-se nas províncias orientais e espalhou-se pelo Império Romano inteiro. Segundo relatado, em seu auge chegou a matar 5 000 pessoas por dia em Roma.[3]
• Peste de Justiniano (541-x). A primeira contaminação registrada de peste bubônica. Começou no Egito e chegou à Constantinopla na primavera seguinte, enquanto matava (de acordo com o cronista bizantino Procópio de Cesareia) 10 000 pessoas por dia, atingindo 40% dos habitantes da cidade. Foi eliminada até um quarto da população do oriente médio.
• Peste Negra (1300) – oitocentos anos depois do último aparecimento, a peste bubônica tinha voltado à Europa. Começando a contaminação na Ásia, a doença chegou à Europa mediterrânea e ocidental em 1348 (possivelmente de comerciantes fugindo de italianos lutando na Crimeia), e matou vinte milhões de europeus em seis anos, um quarto da população total e até metade nas áreas urbanas mais afetadas.

PANDEMIAS
A primeira pandemia reconhecida iniciou na Ásia no verão de 1580 e dentro de 6 meses havia se espalhado para a África e Europa, e daí para a América do Norte. Houve taxas elevadas da doença e uma característica comum a futuras pandemias de gripe foi relatada no Reino Unido: a ocorrência de várias ondas de infecção – no verão e outono daquele ano.[4] Além da Gripe, outros tipos de pandemias tem sido registrados na história, como a pandemia de Tifo da época das cruzadas e as de Cólera que tem sido registradas desde 1816. Um surto de conjuntivite hemorrágica aguda foi reconhecida primeiro durante 1969 em Gana e logo após em outros países africanos. O surto alcançou proporções pandêmicas, com dez milhões de pessoas envolvidas de 1969 a 1971.[5]

CÓLERA
Cólera é uma infeção do intestino delgado por algumas estirpes das bactérias Vibrio cholerae.[3] Os sintomas podem variar entre nenhum, moderados ou graves.[2] O sintoma clássico é a grande quantidade de diarreia aquosa com duração de alguns dias.[1] Podem também ocorrer vómitos e cãibras musculares.[2] A diarreia pode ser de tal forma grave que em poucas horas provoca grave desidratação e distúrbio eletrolítico.[1] Isto pode levar a que os olhos se afundem nas órbitas, à diminuição de elasticidade da pele e ao enrugamento das mãos e dos pés.[4] A desidratação pode ainda provocar a coloração azulada da pele.[7] A manifestação de sintomas tem início entre duas horas e cinco dias após a infeção.[2]
A cólera é causada por uma série de tipos da bactéria Vibrio cholerae. Determinados tipos dão origem a formas mais graves da doença do que outros. A doença transmite-se principalmente através da água e de alimentos contaminados com fezes humanas com presença das bactérias.[1] O marisco mal cozinhado é uma das principais fontes de cólera.[8] Os seres humanos são o único animal afetado. Os fatores de risco incluem saneamento insuficiente, escassez de água potável e a pobreza. Existe o receio de que a subida do nível do mar irá aumentar a prevalência da doença.[1] A cólera pode ser diagnosticada através da análise das fezes.[1] Estão disponíveis testes rápidos com tiras reagentes, mas a sua precisão é menor.[9]
A prevenção envolve a melhora das condições de saneamento e do acesso a água potável.[4] A vacina contra a cólera, administrada por via oral, oferece proteção razoável por um período de seis meses, protegendo também contra outro tipo de diarreia causado por E. coli. O tratamento de primeira linha é a terapia de reidratação oral, em que os líquidos perdidos são repostos por soluções salinas e ligeiramente doces.[1] São preferidas soluções à base de arroz.[1] A suplementação com zinco é útil em crianças.[5] Em casos graves da doença pode ser necessária a administração de líquidos por via intravenosa com, por exemplo, solução de Ringer. Os antibióticos podem ser benéficos. Os exames para determinar a que antibiótico é que a cólera é suscetível ajudam a seleção.[
Estima-se que a cólera afete 3–5 milhões de pessoas em todo o mundo e tenha sido a causa de 58 000–130 000 mortes em 2010.[1][10] Embora atualmente seja considerada uma pandemia, a doença é rara em países desenvolvidos. As crianças são o principal grupo etário afetado.[1][11] A cólera ocorre tanto em surtos como de forma endémica em determinadas regiões. As áreas em maior risco são a África e o sudeste asiático. Embora o risco de morte entre as pessoas infetadas seja geralmente inferior a 5%, em alguns grupos sem acesso a tratamentos pode chegar aos 50%.[1] Os primeiros registos de descrição da cólera, em sânscrito, datam do século V.[4] O estudo da doença por John Snow entre 1849 e 1854 levou a progressos significativos no campo da epidemiologia.[4][12]

• Primeira pandemia entre 1816 e 1826. Primeiramente restringida ao subcontinente indiano, a pandemia começou em Bengala, então espalhou-se pela Índia antes de 1820. Estendeu-se até a China e o Mar Cáspio antes de retroceder.
• A segunda pandemia (1829–1851) começou na Europa, chegando em Londres em 1832, em Ontário e Nova Iorque no mesmo ano, e na costa do Pacífico, na América do Norte, antes de 1834.
• A terceira pandemia (1852–1860), sendo a Rússia principalmente afetada, com mais de um milhão de mortes.
• A quarta pandemia (1863–1875) espalhou-se principalmente na Europa e na África.
• A quinta em 1866 havia uma contaminação na América do Norte.
• A sexta em 1892. A cólera contaminou a provisão de água de Hamburgo, na Alemanha, e causou 8.606 mortes.
• A sétima pandemia (1899–1923) teve pouco efeito na Europa por causa de avanços em saúde pública, mas a Rússia foi novamente afetada. Foi decorrente do biótipo eltor, reconhecido pela primeira vez em 1911.[6]
• A oitava pandemia começou na Indonésia em 1961, e chegou a Bangladesh em 1963, na Índia em 1964, e a URSS em 1966.

GRIPE
• A primeira pandemia reconhecida, provavelmente de gripe, iniciou na Ásia no verão de 1580 e se espalhou para a África e Europa, e América do Norte.[4]
• A primeira pandemia reconhecida dos anos 1700 ocorreu entre 1729 e 1733. Se originou na primavera de 1729 na Rússia passou para a Europa e daí para o mundo todo. A pandemia foi descrita como dois surtos não relacionados de gripe sendo o de 1729-1730 menos severo e o de 1732-1733 uma pandemia real.[4]
• A segunda pandemia do século XVIII iniciou no outono de 1781 na China e se espalhou para a Rússia. Em oito meses se espalhou para a Europa e daí para o resto do mundo.[4]
• A pandemia de 1830-1833 iniciou na China no inverno de 1830 e se espalhou rapidamente para as Filipinas, Índia e Indonésia, cruzando através da Rússia para a Europa, alcançando a América do Norte em 1831-1832. A doença ocorreu recorrentemente duas vezes na Europa, em 1831-1832 e em 1832-1833.[4]

• GRIPE ASIÁTICA (1889–1892) – foi detectada em maio de 1889 em Bukhara, Rússia.[7] Em outubro, tinha chegado a Tomsk e no Cáucaso. Espalhou-se rapidamente pelo oeste e atingiu a América do Norte em dezembro de 1889, América do Sul entre fevereiro e abril de 1890, Índia entre fevereiro e março de 1890 e Austrália entre março e abril de 1890. Era causada pelo subtipo H2N2 do vírus influenza[8] e teve uma taxa de mortalidade muito alta.
• A origem da pandemia de 1898-1900 não é conhecida, mas ocorreram grandes epidemias na Europa, Austrália, América do Norte, Japão e ilhas do Pacífico. Soro recolhido em 1968 de pessoas vivas em 1898 indicaram a presença de anticorpos para o vírus Influenza A/H3.[4]

GRIPE ESPANHOLA (1918–1919) – identificada no começo de março de 1918 em tropas dos Estados Unidos que treinavam no Acampamento Funston, Kansas. Coincidiu com o fim da Primeira Guerra Mundial.[4] Em outubro de 1918 tinha espalhado-se para se tornar uma pandemia mundial, atingindo todos os continentes. Extraordinariamente mortal e violenta, quase terminou tão depressa quanto começou, desaparecendo completamente dentro de 18 meses. É a pandemia mais devastadora que se conhece.[9] Esta epidemia foi extensivamente narrada e foi descrita como “o maior holocausto médico da história”.[10] Em seis meses, 25 milhões de pessoas estavam mortas (algumas estimativas que esse número seja duas vezes maior). Calculou-se que 17 milhões de pessoas morreram na Índia, 500.000 nos Estados Unidos e 200.000 no Reino Unido. O vírus foi reconstruído recentemente por cientistas do CDC que estudavam restos de cadáveres preservados pelo permafrost no Alasca. Eles identificaram isto como um tipo de vírus H1N1.

• GRIPE ASIÁTICA (1957–1958) – o vírus H2N2 causou aproximadamente 70.000 mortes nos Estados Unidos. Identificado na China em fevereiro de 1957, a gripe asiática espalhou-se para os Estados Unidos em junho de 1957.[4]

• GRIPE DE HONG KONG (1968) – iniciou na China e o surto se espalhou para Hong Kong em julho de 1968 causando 500.000 casos em apenas duas semanas. A pandemia alcançou os Estados Unidos a partir de soldados que lutavam na Guerra do Vietnam. Na Europa a doença foi diagnosticada em setembro do mesmo ano tendo alcançado a América do Sul e a África do Sul um ano depois.[4]

• GRIPE SUÍNA refere-se à gripe causada pelas estirpes de vírus da gripe, chamadas vírus da gripe suína, que habitualmente infectam porcos, onde são endémicas[2]. Em 1976 houve um surto em New Jersey, mas as medidas preventivas evitaram que se espalhasse. É possível que poderia ter sido uma pandemia mas que foi evitada.[4] No Surto de 2009 todas estas estirpes são encontradas no vírus da gripe C e nos subtipos do vírus da gripe A.

TIFO
Surgindo durante as Cruzadas, o Tifo teve seu primeiro impacto na Europa em 1489, na Espanha. Durante a luta entre espanhóis Cristãos e os muçulmanos em Granada, os espanhóis perderam 3.000 pessoas na guerra e 20.000 com o tifo. Em 1542, 30.000 pessoas morreram de tifo enquanto lutavam contra os otomanos nos Bálcãs. A doença também teve um papel principal na destruição no fracasso de Napoleão na Rússia em 1812. O Tifo também matou inúmeros prisioneiros nos campos de concentração nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial.

PANDEMMIA DE COVID-19

A pandemia de COVID-19 é uma pandemia que está a decorrer da doença respiratória aguda (COVID-19) causada pelo Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS-CoV-2). A doença foi identificada pela primeira vez em Wuhan, Hubei, China, em 1 dezembro de 2019[5][6] com um grupo emergente de pessoas com pneumonia de causa desconhecida, ligadas principalmente a vendedores ambulantes que trabalhavam no Mercado de Frutos do Mar de Huanan, que também vendia animais vivos.[1][2] Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o surto uma pandemia.[7][8] Em 11 de março de 2020, mais de 125 000 casos da doença foram confirmados em mais de 120 países e territórios, com grandes surtos na China continental (mais de 80 000 casos), Itália, Irã e Coreia do Sul.[9] Mais de 4 500 morreram (cerca de 3 200 na China) e mais de 67 000 pessoas se recuperaram.[10]

Os cientistas chineses posteriormente isolaram um novo coronavírus, o COVID-19, que foi encontrado ser pelo menos 70% semelhante na sequência genética à SARS-CoV, e posteriormente mapeou e disponibilizou sua sequência genética.[11][12][13][14] No entanto, o vírus não mostrou a mesma gravidade do SARS. As questões levantadas incluem se o vírus está circulando há mais tempo do que se pensava anteriormente, se Wuhan é realmente o centro do surto ou simplesmente o local em que foi identificado pela primeira vez com a vigilância e os testes em andamento, e se poderia haver uma possibilidade de que Wuhan seja um evento de super dispersão.[15][16]

Se o incidente constitui uma Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional (PHEIC) sob os Regulamentos Internacionais de Saúde foi discutido em 22 de janeiro de 2020 por um comitê de emergência organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).[16] A decisão foi adiada por falta de informação.[17] Em 23 de janeiro de 2020, a OMS decidiu não declarar o surto uma PHEIC.[18] Entretanto, em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou o surto uma PHEIC, pedindo que “uma ação coordenada de combate à doença deverá ser traçada entre diferentes autoridades e governos”.[19] A declaração faz com que esta seja apenas a sexta vez que essa medida é invocada pela OMS, desde a pandemia de H1N1 em 2009.[20] Na primeira semana de fevereiro de 2020, o número de mortes causado pelo novo coronavírus ultrapassou 800, superando o SARS, que matou 774 pessoas em todo o mundo entre 2002 e 2003.[21] Posteriormente, no mês de fevereiro, o número de mortes subiu para mais de 1.400, e ultrapassou 3.000 em março.[22]

De acordo com as pesquisas da Universidade de Agricultura do Sul da China, o pangolim pode ter sido o hospedeiro intermediário do vírus, enquanto pesquisas do Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças, encontraram similaridade com a genética de morcegos e cobras.[23] Os cientistas estudaram mil amostras de animais selvagens e determinaram que os genomas das sequências de vírus estudadas no pangolim eram 99% idênticos aos dos pacientes infectados pelo coronavírus em Wuhan.[24] Em 11 de fevereiro de 2020, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da OMS, anunciou o nome oficial da doença, que passaria a ser chamada de COVID-19, porque a palavra coronavírus refere-se ao grupo que o vírus pertence, e não à última cepa descoberta, sendo que o vírus em si foi designado por SARS-CoV-2.[25] O epidemiologista americano e consultor da OMS, Ira Longini, alertou que cerca de dois terços da população mundial pode ser infectado pelo Covid-19.[26] Segundo o pesquisador Eduardo Carmo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o novo coronavírus tornou-se uma pandemia, e que é uma questão de tempo a OMS declarar como pandemia.[27] No dia 9 de março de 2020, o canal de notícias CNN passou a considerar o surto uma pandemia, sob justificativa de que o vírus encontrou um ponto de apoio em todos os continentes, exceto na Antártica, e que em vários países do mundo os casos continuam a crescer.[28] No dia 11 de março de 2020, a OMS declarou como pandemia.[29]

PREVENÇÃO

Fila para comprar máscaras em um estabelecimento de Wuhan.
Não existe atualmente um tratamento médico ou vacina eficaz contra o COVID-19, embora estejam em andamento esforços para desenvolvê-los.[30][31] Seus sintomas incluem, entre outros, febre, dificuldades respiratórias e tosse,[32] que foram descritas como “semelhantes à gripe”.[33]

Para prevenir a infecção, a OMS recomenda “lavar as mãos regularmente, cobrindo a boca e o nariz ao tossir e espirrar … [e] evitar o contato próximo com alguém que mostre sintomas de doença respiratória (como tossir e espirrar)”.[34][35] Embora não haja tratamentos específicos para o coronavírus humano em geral, o CDC dos EUA fornece conselhos genéricos de que uma pessoa infectada pode aliviar seus sintomas tomando medicamentos regulares para a gripe, bebendo líquidos e descansando.[36]

Alguns países exigem que as pessoas relatem sintomas semelhantes aos da gripe ao seu médico, especialmente se estiverem visitado a China continental.[37] Em 20 de janeiro de 2020, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, pediu esforços decisivos e eficazes para prevenir e controlar a epidemia de pneumonia causada pelo novo coronavírus.[38]

Em 9 março de 2020, a Itália ampliou o estado de quarentena, e tomou medidas mais drásticas como modo de prevenção contra o alastramento do surto. As medidas incluíram restrições gerais de viagem, proibição de eventos públicos, fechamento de escolas e espaços públicos, como cinemas, e suspensão de serviços religiosos, incluindo funerais ou casamentos.[39]

No dia 10 de março de 2020, o Google recomendou que todos os funcionários da América do Norte trabalhem em casa pelo próximo mês.[40]

TRANSMISSÃO

Os primeiros casos suspeitos foram notificados em 31 de dezembro de 2019,[170] com os primeiros sintomas aparecendo algumas semanas antes, em 1 de dezembro de 2019.[1][2] O Mercado foi fechado em 1 de janeiro de 2020 e as pessoas com os sintomas foram isoladas.[170] Mais de 700 pessoas, incluindo mais de 400 profissionais de saúde, que entraram em contato próximo com casos suspeitos, foram posteriormente monitoradas.[171] Com o desenvolvimento de um teste de PCR de diagnóstico específico para detectar a infecção, a presença de COVID-19 foi então confirmada em 41 pessoas em Wuhan,[11] das quais duas foram posteriormente relatadas como sendo um casal, um dos quais não tinha estado no Mercado e outros três membros da mesma família que trabalhavam nas bancas de produtos do mar do mesmo Mercado.[172][173]

A primeira morte decorrente da epidemia ocorreu em 9 de janeiro de 2020.[174] A Comissão Nacional de Saúde da China confirmou, em 20 de janeiro de 2020, que o novo coronavírus pode ser transmitido entre seres humanos.[175] Na altura, vários profissionais de saúde também foram infectados.[176] A OMS alertou que era possível um surto mais amplo.[177] Houve também preocupações de se espalhar mais durante a alta temporada de viagens da China por volta do Ano-Novo Chinês.[178]

A 20 de janeiro, a China registrou um aumento acentuado nos casos com quase 140 novos pacientes, incluindo duas pessoas em Pequim e uma em Shenzhen.[179] Em 23 de janeiro de 2020, Wuhan foi colocada em quarentena, no qual todo o transporte público dentro e fora de Wuhan foi suspenso.[180] Huanggang e Ezhou, adjacentes a Wuhan, também foram colocadas em quarentena semelhante em 24 de janeiro de 2020.[181][182] Em 24 de janeiro de 2020, o primeiro caso do novo coronavírus foi confirmado na Europa, mais precisamente em França.[183]

A 13 de fevereiro de 2020, após dois casos confirmados em condomínio, autoridades investigam transmissão entre pacientes sem qualquer tipo de relação. A suspeita é de que o vírus tenha se espalhado pela canalização de um edifício. Um prédio de 35 andares foi evacuado e mais de cem pessoas não puderam voltar para casa após a confirmação de que dois moradores estavam com o vírus: uma mulher de 62 anos, que mora no 3.º andar, e um vizinho não identificado do 13.º.[184]

No mesmo dia, Robert Redfield, diretor do Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), disse a CNN que a transmissão assintomática do novo coronavírus é possível. Redfield disse que uma pessoa infectada que não apresenta sintomas ainda pode transmitir o vírus a outra pessoa.[185]

A 14 de fevereiro, foi confirmado o primeiro caso em África, com um único paciente no Egito.[186]

A 15 de fevereiro, foi confirmado o primeiro caso do novo coronavírus — de uma norte-americana de 83 anos — envolvendo o navio de cruzeiro Westerdam, que tinha um total de 1455 passageiros e 802 tripulantes a bordo e não estava em quarentena. Vários países asiáticos recusaram-se a deixar o Westerdam atracar em seus portos antes de serem autorizados a desembarcar no Camboja no dia 14 de fevereiro.[187]

A 19 de fevereiro de 2019, o Irã confirmou seus dois primeiros casos de mortes por coronavírus, de acordo com o Ministério da Saúde do país.[188] Em 20 de fevereiro de 2020, a Coreia do Sul confirmou seu primeiro caso de morte pelo novo coronavírus.[189] Em dois dias, os casos na Coreaia do Sul tiveram um aumento de 400%.[190]

Na China, o Covid-19 infectou mais de 1700 profissionais de saúde, a maioria na província de Hubei, e causou seis mortes por pneumonia viral, incluindo Li Wenliang, um jovem oftalmologista entre os primeiros a alertar a epidemia.[191] São monitoradas atualmente mais de cem mil pessoas que tiveram contato com pacientes do Covid-19. Outras 500 mil já passaram por processo semelhante.[192]

A 21 de de fevereiro a OMS advertiu sobre novos focos da doença se multiplicarem com mais duas mortes no Irã, o primeiro contágio no Líbano, novos casos na Coreia do Sul e cerca de 500 prisioneiros contaminados na China.[193] A “janela de oportunidade” para erradicar a epidemia “está se estreitando”, advertiu Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS.[193]

A 25 de fevereiro, o CDC dos Estados Unidos informou que os norte-americanos devem se preparar para a chegada do novo coronavírus ao país. “Estamos pedindo para os americanos se prepararem para a expectativa de que pode ser ruim”, disse um oficial do CDC.[194]

No dia 26 de fevereiro, uma mulher japonesa pegou o vírus pela segunda vez. A mulher, que tem por volta de 40 anos, fez o teste pela segunda vez após ter dor de garganta e no peito. A primeira vez havia sido sido infectada no fim de janeiro, ficou internada e recebeu alta do hospital em 1 de fevereiro. Embora esse seja o primeiro caso conhecido no Japão, infecções reincidentes foram relatadas na China.[195]

A 3 de março de 2020, a Argentina e o Chile confirmaram o primeiro caso do novo coronavírus. Na Argentina, o paciente é um homem que voltou recentemente de viagem da Europa, tendo visitado Itália e Espanha, e está internado em uma clínica de Buenos Aires. Já no Chile, o paciente é um homem de 33 anos que chegou ao Chile vindo da Espanha, depois de viajar por diferentes países do sudeste asiático.[196]

A 3 de março, após o Papa Francisco apresentar sintomas, o resultado do teste deu negativo para o coronavírus.[197]

Em 10 de março, após o Chipre ter o primeiro caso confirmado, o novo coronavírus está presente em todos os países da União Europeia.[198]

Em 11 de março de 2020, setenta e sete cidadãos de Bahrein evacuados do Irã deram positivo para coronavírus, segundo o Ministério da Saúde do Bahrein. Os 77 faziam parte de um grupo de 165 cidadãos do Bahrein que foram evacuados em um avião do Irã atingido por coronavírus no dia 4 de março.[199]

OMS
A 10 de fevereiro, a conselheira sênior do Departamento de Gestão de Contágios da Organização Mundial da Saúde (OMS), Nahoko Shindo, em entrevista à NHK, na sede da ONU, em Genebra, afirmou que o novo vírus teria aparecido entre seres humanos por volta de novembro do ano passado, embora sua origem continue desconhecida. A conselheira da OMS disse ser extremamente difícil criar uma vacina que possa prevenir completamente uma doença contagiosa do sistema respiratório, e acrescentou que será necessário agregar conhecimentos de todo o mundo para combater o vírus.[201]

A 11 de fevereiro de 2020, cerca de 300 cientistas, representantes de agências de saúde pública, de ministérios da Saúde e financiadores de pesquisas reuniram-se para um encontro de dois dias na OMS com o objetivo de compartilhar as informações mais recentes sobre o vírus e decidir qual a melhor forma de combate-lo.[202]

A 15 de fevereiro de 2020, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, pediu aos governos que intensifiquem seus esforços para se preparar para o coronavírus e disse que “é impossível prever que direção essa epidemia tomará”.[203]

A 23 de fevereiro de 2020, Tedros Adhanom afirmou que a agência vai investir 675 milhões de dólares em um plano de resposta à doença para apoiar os países, especialmente os mais vulneráveis. Adhanom disse que a OMS identificou 13 países prioritários na África por serem locais com alto número de voos diretos para a China, e que a preocupação da organização no momento é o aumento no número de casos de Covid-19, sem que a pessoa infectada tenha viajado à China ou tido contato com alguém que esteve lá.[204]

No dia 24 de fevereiro, Adhanom pediu ao mundo que se prepare para uma pandemia. “Temos que fazer todo o possível para nos prepararmos para uma potencial pandemia.”, disse o diretor-geral da OMS. O cenário mudou rapidamente em poucos dias. Passou-se de uma situação com os casos na China contidos e o resto do mundo as infecções escassas a outra situação com surtos descontrolados na Itália, na Coreia do Sul e no Irã.[205]

No dia 9 de março de 2020, em entrevista coletiva, Tedros Adhanom Ghebreyesus, abordou o surto em suas observações iniciais, dizendo que é importante lembrar “de todos os casos relatados globalmente até agora, 93 por cento são de apenas quatro países”.[206]

BRASIL
Pelo país, 79[207][208] casos já foram confirmados, enquanto 947[208] suspeitas já foram descartadas e outros 930[208] casos são suspeitos.
Em 28 de janeiro de 2020, o Ministério da Saúde do Brasil confirmou três casos suspeitos de coronavírus, localizados em Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. O Ministério não deu detalhes sobre os pacientes de Porto Alegre e Curitiba e tampouco informou sobre o estado de saúde de ambos. Entretanto, sabe-se que a paciente de Minas Gerais apresentou sintomas compatíveis com o protocolo de prevenção, sendo que ela esteve na cidade de Wuhan, o epicentro do surto do vírus. A paciente encontra-se estável e em isolamento.[209]

Em 3 de fevereiro de 2020, o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o Brasil, mesmo sem casos confirmados de infectados com coronavírus, vai reconhecer o vírus como uma PHEIC, sendo que o governo irá determinar as regras sobre a volta dos brasileiros que estão em Wuhan.[210] Em 4 de fevereiro de 2020, confirmou-se que 29 brasileiros que estão em Wuhan vão regressar ao país em 8 de fevereiro, sendo que ficarão 18 dias de quarentena em Anápolis, Goiás,[211] e se houver algum sintoma da infecção, o mesmo será encaminhado ao Hospital das Forças Armadas, em Brasília, para avaliação médica.[212]

Em 5 de fevereiro de 2020, o Senado aprovou o projeto que prevê regras para quarentena para que os brasileiros possam voltar da cidade chinesa de Wuhan.[212] Em 6 de fevereiro de 2020, o Ministério informou que há 9 casos suspeitos do novo coronavírus em 5 estados diferentes do país, sendo que nenhum caso foi confirmado.[213]

No dia 9 de fevereiro, os dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), trazendo o grupo de 34 brasileiros, familiares, médicos e autoridades vindos de Wuhan, na China, desembarcaram na Base aérea de Anápolis, Goiás, onde ficaram em quarentena pelo período de 18 dias.[214] No dia 23 de fevereiro de 2020, 58 brasileiros foram liberados da quarentena, incluindo o grupo de brasileiros e profissionais que tiveram contato com eles. A quarentena terminou em 14 dias, 4 dias antes do previsto, pois repetidos testes deram negativos para o Covid-19. [215]

Em 24 de fevereiro, o Ministério da Saúde informou que há quatro casos suspeitos de infecção pelo Covid-19, e que outros 54 casos suspeitos foram descartados.[216]

Até 5 de março, segundo informações do Ministério da Saúde, 378 casos foram descartados, 8 casos confirmados, e 635 casos são suspeitos.[197] No dia seguinte, um nono caso foi confirmado na Bahia.[217]

CASOS CONFIRMADOS
Em 25 de fevereiro, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou o primeiro caso no Brasil. Trata-se de um paciente de 61 anos que esteve em viagem na Itália do dia 9 a 21 de fevereiro.[218] O paciente se encontra em quarentena em casa pelos próximos 14 dias. Antes mesmo da confirmação do caso, o Brasil já havia elevado seu alerta para a doença de nível 2 (perigo iminente) para 3, no qual se declara emergência de saúde pública de importância nacional.[192]

No dia 29 de fevereiro, o Ministério da Saúde confirma o segundo caso no país. Trata de um homem de 32 anos residente em São Paulo. Ele chegou no Brasil no dia 27 de fevereiro vindo da região da Lombardia na Itália. No dia 28 de fevereiro foi atendido no hospital Israelita Albert Einstein que diagnosticou o vírus no paciente. O paciente começou a sentir os sintomas ainda na Europa e toda a viagem ao Brasil utilizou máscaras. [219]

No dia 4 de março de 2020, foram confirmados mais dois casos em São Paulo, totalizando quatro casos confirmados no país, todos em São Paulo.[220]

A 5 de março, o Ministério da Saúde confirmou que o Brasil registrou transmissão local do vírus em São Paulo.[221] Segundo o Ministério da Saúde, uma pessoa que esteve na festa de família com o primeiro paciente confirmado com COVID-19 do Brasil foi infectada com a doença e passou a uma terceira pessoa, que não esteve na festa. Este processo é chamado de transmissão local.[222]

No dia 7 de março, foram confirmados 14 casos no Brasil, após a Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro confirmar um novo caso no estado, de uma paciente de 52 anos de idade, com viagem recente da Itália.[223] No mesmo dia o número subiu para 19 casos confirmados, com a confirmação de um caso no Distrito Federal e um segundo caso na Bahia.[224]

A 8 de março confirmaram-se 25 casos, com três novos casos em São Paulo,[225] e em 9 de março o número de casos confirmados subiu para 30, com cinco novos casos no Rio de Janeiro.[226]

REAÇÕES INSTITUCIONAIS
No dia 10 de fevereiro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro assinou medida provisória (MP) que destina crédito extraordinário de R$ 11 287 803,00 [cerca de 2,3 milhões de euros ou 2,5 milhões de dólares] ao Ministério da Defesa para combate ao vírus. A MP foi publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) e, portanto, está em vigor. O dinheiro foi redirecionado de uma reserva de contingência que consta no orçamento. De acordo com o texto, o repasse é para custear ações de enfrentamento de “emergência de saúde pública de importância internacional” provocada pelo coronavírus.[227]

No dia 24 de fevereiro, o Ministério da Saúde ampliou o número de países em monitoramento, devido ao surgimento de casos de Covid-19 na Europa, incluindo Alemanha, França e Itália na lista. Pacientes que passaram por esses países e apresentem sintomas são tratados como casos suspeitos. [228]

 

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