Pai e filho acusam policiais militares de agressão durante abordagem em Campos do Jordão

Caso aconteceu em Campos do Jordão durante uma abordagem. Pai e filho alegam terem sido agredidos; já os PMs registraram boletim por desacato, resistência e desobediência.

Pai e filho acusam policiais militares de agressão durante uma abordagem em Campos do Jordão (SP). Imagens de uma câmera de segurança, obtidas pela defesa dos dois, registraram parte da ação e mostram agressões contra eles.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a “PM não compactua com desvio de conduta” e apura o caso.

O caso aconteceu na madrugada do dia 26 de janeiro na região da Abernéssia. Igor Garcia, de 19 anos, e o pai Claudino, de 54, estavam em um bar quando o jovem contou que teria dito um palavrão em uma conversa com amigos em frente ao estabelecimento. Policiais que estavam em uma viatura próxima ao local alegaram que a ofensa teria sido direcionada a eles e fizeram a abordagem.

As imagens, divulgadas pela defesa dos dois, não mostram o início da abordagem, mas registram agressões dos policiais. Durante a ação, um dos policiais usa o cassetete e agride diversas vezes os dois e depois leva o jovem para uma área que não é alcançada pela câmera.

“Eu não ofendi os policiais e não resisti [à abordagem]. A todo momento eu e meu pai obedecemos e só questionamos o motivo da agressão. Eles são policiais, se não fossem essas imagens a gente ia seguir respondendo por uma coisa que nós não fizemos. Eles estão lá para proteger, mas não foi isso que aconteceu”, conta Igor.

Igor e Claudino acionaram uma advogada que fez uma representação penal pedindo a apuração por abuso de autoridade. Os dois ainda fizeram uma representação contra os policiais na Corregedoria da Polícia Militar. A defesa deles alega que protocolou a denúncia em São Paulo para “para garantir a impessoalidade do processo”.

OCORRÊNCIA POR DESACATO
Após a abordagem, os policiais militares registraram boletim de ocorrência contra os dois por desacato, resistência à prisão e desobediência.

De acordo com o boletim de ocorrência, após o palavrão direcionado aos policiais foi feita busca pessoal, mas o pai de Igor tentou impedir a abordagem pedindo que os policiais soltassem o jovem. Nesse momento, outra equipe da Polícia Militar foi ao local para dar apoio e foi preciso usar o cassetete para afastar o pai.

Os policiais alegaram que foi preciso ‘usar de força moderada’ para conter o jovem e algemá-lo. Sobre os ferimentos, disseram que foram causados quando ele se jogou no chão em resistência à prisão e bateu o supercílio, além de bater continuamente a cabeça contra a parede. O registro feito na Polícia Civil ainda cita a contestação de pai e filho que contaram terem sido agredidos pelos policiais.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que a Polícia Militar não compactua com desvio de conduta de seus agentes e investiga rigorosamente todas as denúncias apresentadas.

“Em relação ao caso citado pela reportagem, a apuração está sob a responsabilidade do 5ºBPM/I. O trabalho é acompanhado pela corregedoria da corporação, que está à disposição para receber eventuais denúncias sobre o caso”, informou.

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