Com indicações, Vale está no meio da crise política instalada no Ministério da Educação

Em menos de uma semana, três profissionais da RMVale estiveram no meio da uma guerra em torno da Secretaria-Executiva do MEC do governo Bolsonaro; um deles durou dois meses e meio no cargo, enquanto os outros dois nem assumiram as funções.

O Vale do Paraíba está no epicentro da crise que ronda o MEC (Ministério da Educação) e pode levar à queda do ministro Ricardo Vélez Rodríguez, que teve três indicações à cúpula do ministério rejeitadas por membros do governo –os três profissionais têm ligação com o Vale.

Na última sexta-feira, após indicação do ministro, a Casa Civil teria rejeitado o nome de Iolene Lima para a Secretaria-Executiva do MEC.

Ligada à Igreja da Cidade e ex-diretora do Colégio Inspire, ambos de São José, Iolene havia sido indicada pelo ministro ao cargo por meio da conta dele no Twitter, dia 14.

Escreveu Rodríguez: “De volta a Brasília, confirmo que Iolene Lima, da Secretaria de Educação Básica, assumirá a Secretaria Executiva do Ministério da Educação”. Ela agradeceu a indicação, também no Twitter: “Dediquei minha vida para a área da educação e me sinto honrada. É com grande dedicação que assumo essa responsabilidade importante para a educação do nosso país”.

No entanto, a Casa Civil, comandada por Onyx Lorenzoni, teria vetado o nome de Iolene Lima ao cargo. Informações de bastidores indicam que ela pode não assumir o posto e se manter na Secretaria de Educação Básica do MEC, onde atua desde o início do governo.

Nesta segunda-feira, a nomeação de Iolene para a Secretaria-Executiva não foi publicada no Diário Oficial da União. Procurada, ela não comentou. MEC e a Casa Civil não comentam. Ela é mais uma na lista de profissionais do Vale com cargos no MEC que teriam sido criticados por membros do governo ligados ao escritor e filósofo Olavo de Carvalho, espécie de “guru” do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O primeiro foi Luiz Antonio Tozi, que foi nomeado em 1º de janeiro e exonerado do cargo de secretário-executivo do MEC na semana passada. Em seu lugar, o ministro indicou Rubens Barreto da Silva, secretário-executivo adjunto da pasta, que sofreu críticas e nem chegou a ser nomeado. Os dois eram da direção da Fatec (Faculdade de Tecnologia) de São José dos Campos e considerados da ala “técnica” do MEC, campo em atrito com os simpatizantes de Olavo.

Com nomeação, ministro tenta agradar alas influentes: evangélicos e ‘olavistas’

Evangélica, Iolene Lima trabalha na Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação e foi o nome cogitado pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez para “pacificar” a relação com Olavo de Carvalho, que o indicou ao cargo, e para atender a base evangélica do governo.

Nenhum dos dois grupos teria ficado satisfeito, segundo fontes, e o cargo continua sem titular. Segundo analistas, a polêmica envolvendo profissionais do Vale do Paraíba pode piorar a crise no MEC e provocar a queda de Rodríguez, que já coleciona polêmicas no cargo, como a questão do hino nas escolas.

Fonte: OVale

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