Retorno de locomotiva renova esperança de reativação da Ferrovia Cruzeiro

Passados 26 anos, a locomotiva EMD G12 retorna ao pátio da Estação Central de Cruzeiro. De volta não como uma peça de museu. Mais que isso, a máquina a diesel torna mais intensa a luz no fim do túnel que, durante mais de cem anos, manteve a cidade como um dos mais importantes entroncamentos ferroviários do País.

O anúncio foi feito na quinta-feira (08) por Felipe Sanches, diretor da ABPF (Associação Brasileira de Proteção Ferroviária). Dependendo de reparos, a locomotiva está nos planos de reativação do ramal Cruzeiro – Sul de Minas.

Nas postagens em redes sociais, Felipe Sanches sinalizou a possibilidade de retomada das viagens pela Mantiqueira. “Hoje, é com muita alegria que recebemos de volta a mesma #4190, em funcionamento, vai descer da carreta sozinha e esperamos em um futuro próximo colocarmos ela novamente para trabalhar na Mantiqueira!”

A ABPF projeta para o primeiro semestre deste ano o início das obras de recuperação da Ferrovia Cruzeiro – Sul de Minas, tornando realidade o sonho cruzeirense de reativação da histórica estrada de ferro. A EMD G12 foi a última locomotiva a circular pela Cruzeiro – Sul de Minas em 1993. Nesse ano, a estrada de ferro estava desativada, mas passou por reparos apenas para a viagem experimental entre Cruzeiro e Três Corações (MG).

Após 26 anos, a EMD G12 encontra o patrimônio imobiliário ferroviário da cidade em estado de abandono. A Estação Central está em ruínas, mesmo quadro verificado no primitivo prédio do Almoxarifado Central. Resultado do descaso governamental, o tétrico visual dos prédios ferroviários se estende aos prédios da extinta Oficina da Estrada de Ferro (CCC), da AGEF e de outros.

Com a chegada da locomotiva e os planos de recuperação da ferrovia, a ABPF está cumprindo com suas metas. Resta, agora, o interesse da classe política local para que Cruzeiro possa recuperar a história perdida.

Na mensagem de anúncio da chegada da EMD G12, Felipe Sanches agradeceu o apoio de órgãos e entidades. “Nossos sinceros agradecimentos a VLi Logística, que fez a cessão da locomotiva, e ao apoio da ONG Amigos do Trem e do CFVV – Circuito Ferroviário do Vale Verde, empreitada esta que mostra que juntas, as entidades preservacionistas são muito mais fortes!”.

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